Retiro Internacional em Cape Town, África do Sul, de 28 a 30 de novembro de 1999

Apreciando o paraíso "coletivo"

O recente Retiro Internacional de Três Dias foi realizado em um acampamento perto de uma baía, a duas horas de carro ao sudeste de Cape Town. As colinas eram cobertas por um tapete de grama verde e fresca e quando o vento suave soprava na direção do acampamento, principalmente durante a paz da meditação, ouve-se o eco das ondas do oceano ao longe.
No primeiro dia do retiro, a Mestra chegou ao local da meditação usando um bonito vestido africano, creme com bordados em dourado. Vestida dessa forma tão bela e tendo penteado Seu próprio cabelo, Ela juntou-se a nós logo cedo para que, quando acordássemos da meditação, nossos olhos guardassem a imagem de uma linda Santa.
A Mestra disse que, com tanta mata ao nosso redor, o oxigênio vindo das árvores poderia revitalizar e refinar nossa pele, de forma que poderíamos viver para sempre nesse corpo físico. Ela observou que Deus criou esse corpo para viver durante toda a eternidade, mas que nós o estragávamos através do trabalho além da conta ou de atividades venenosas e desnecessárias, além de usarmos nossas mentes para todos os tipos de pensamentos, planos e métodos negativos.
A Mestra, então, comentou que a imprensa sul-africana havia feito uma cobertura positiva da Sua chegada e brincou, dizendo que haviam colocado sua idade como sendo 51, mas que isso havia sido um erro de impressão que deveria ser lido 15! Se as pessoas viverem de forma calma e feliz, celestialmente, poderão viver muito, como em algumas regiões remotas do Himalaia, onde algumas pessoas vivem até 400 anos.

Sabedoria da Idade de Ouro

Em seguida, a Mestra disse que há anos, o mundo era, na verdade, matriarcal e não patriarcal como hoje, e que eram as mulheres que governavam. Hoje, culturas como a do Tibete e o povo zulu local ainda mantêm essa tradição. Os maridos simplesmente ajudam a multiplicar a raça, até aprenderem com suas sábias esposas a governar. Ela, então, confortou os discípulos homens, dizendo que estava apenas fazendo algumas observação sobre a história e sobre como Deus dá diferentes habilidades e vantagens para cada sexo, para que os homens possam ser mais fortes e protetores, enquanto as mulheres são inteligentes, refinadas e delicadas, têm poder de concentração e podem suportar mais adversidades espirituais e emocionais. É por isso que existe o velho ditado "Atrás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher". Ainda assim, nos revezamos na vida nos papéis de homens e mulheres, para que não haja competição entre os dois sexos. Além disso, pode ser desfavorável para ambos os sexos trabalhar sobre suas fraquezas e não sobre suas virtudes.
A Mestra sugeriu que nós pensássemos em Deus como uma Deusa Mãe e não como uma figura paterna austera que pune e impõe regras duras. Ela, então, mencionou que a Idade de Ouro refere-se a um tempo em que tudo acontece como Deus planejou. As mulheres são de grande ajuda aos homens e vice versa. Não deveríamos mudar o que Deus planejou, para que nossas vidas possam tornar-se um paraíso.
As mulheres são mais pacientes porque Deus as fez assim. Mas, hoje em dia, usamos nossas fraquezas em vez de nossas virtudes e nosso mundo afastou-se da Idade de Ouro até o ponto em que estamos vivendo agora. A Mestra enfatizou que Deus nos permite estar neste mundo para aprendermos a ser Deus, a apreciar Deus novamente e que não deveríamos usar o medo como uma forma de controlar uns aos outros, pensando em Deus como um deus de punição. Desta forma, perdemos a crença em Deus eternamente amoroso e, à medida em que Deus torna-se temível, assim também nossas vidas tornam-se temíveis. Então, em tudo o que fizermos, sentiremos medo e culpa. Quanto mais medo as pessoas tiverem, mais pensamento negativo e maior e mais poderoso o demônio será, mesmo que ele não existisse no começo. Por isso torna-se cada vez mais difícil para nós voltarmos ao Paraíso. Nós podemos mudar o futuro pois temos o livre arbítrio. O destino só existe para o presente, ainda assim podemos manipulá-lo para que as coisas aconteçam de forma diferente.
À tarde, durante a outra de meditação, a Mestra chegou usando um lindo vestido azul africano e meditou conosco durante algum tempo. Ela se juntou a nós novamente à noite, desta vez usando um vestido tradicionalmente africano, vermelho, dourado e preto. Ela respondeu a nossas questões em grupos e, então, uma irmã da pequena ilha de Maurício no Oceano Índico relatou sua experiência. Contou que, antes de conhecer a Mestra, uma mulher com cabelos pretos e longos havia aparecido em um sonho, dizendo: "O que você está esperando? Você deveria fazer o que deve ser feito. Você está demorando muito." Ela sabia que a mulher deveria ser sua Mestra. Então, depois de conhecer a Mestra, ela teve muito mais visões.

Um sorriso quebra o gelo

Na manhã do segundo dia de meditação, a Mestra apareceu usando um vestido tradicional africano, com listras brancas e azuis entrelaçadas com dourado. Seu cabelo tinha sido arrumado com longas e finas tranças, no estilo africano. Também tinha gotas azuis na testa e uma pena nas tranças. Depois de caminhar entre os praticantes por algum tempo e de receber entusiasmadas boas vindas, Ela meditou conosco. Mais tarde, em uma área arborizada perto da cozinha, a Mestra reuniu-se com os grupos de trabalho da turnê de palestras. Ela usava um lindo vestido creme com bordados em azul claro e Seus cabelos longos estavam enfeitados com fivelas de borboletas. Encorajou-nos a fazer nosso trabalho com um sorriso amigo e caloroso, em vez de estarmos congelados por dentro. Observou também que nosso sorriso pode nos convencer de que somos felizes. Depois de sorrir por algum tempo, pode-se esquecer tudo o que aconteceu antes. Não importa o quanto temos que trabalhar, deveríamos tentar sorrir. 
Durante aquela sessão, muitas pessoas contaram suas experiências e histórias maravilhosas sobre a turnê de palestras. Uma delas mencionou ter encontrado uma pessoa em um diferente caminho espiritual que nos agradeceu por nossa presença em sua cidade, pois sentia que a atmosfera havia melhorado muito enquanto nós estávamos lá, e que o nível espiritual estava muito mais estável. A Mestra observou que essa era uma agradável confirmação de nossas próprias bênçãos espirituais por alguém particularmente sensível e objetivo, que nada tem a ganhar de nós. Disse também que é verdade que se praticarmos mais, nos tornaremos santos. Outra irmã de San Jose disse que havia encontrado uma indiana que recebera um exemplar do livro há quatro anos e que a Mestra lhe aparecera em sonho. Todas as vezes que ela tinha algum problema, olhava a foto da Mestra no livro e a solução aparecia. Ela e sua família compareceram para a iniciação durante a turnê da Mestra.
Uma noite verdadeiramente mágica começou quando a Mestra chegou ao salão principal de meditação, mais uma vez usando um traje africano azul com um casaco de meia-manga. Ela tinha minúsculas gotas em Seu cabelo trançado e adornos de lã nas tranças. Também usava um colar de magnífico estilo africano. Caminhando lentamente por cada corredor em meio aos aplausos, os iniciados estendiam suas mãos e corações à sua Amada e ela respondia carinhosamente. A Mestra contava anedotas e ria alegremente, de modo que nós também não parávamos de rir, de bater palmas e de assobiar. O êxtase pela presença da nossa Mestra uniu as pessoas de todas as raças, religiões e culturas, formando uma só família, a Família Quan Yin - todos voltados para a mesma direção.
Um irmão perguntou como reconquistar a mente pura, e a Mestra respondeu que era só praticar, lembrando-se do que ficou esquecido, com o coração sincero e humilde. Quando a mente é preconceituosa e repleta de conhecimentos adquiridos de leituras, leva-se muito tempo para apagar tudo isso. Aqueles que são muito apegados aos conhecimentos baseados nos livros ainda terão que fazer progressos da alma, porque a mente pode continuar se enganando, e será mais difícil alcançar a verdadeira sabedoria. A Mestra acrescentou que isso também depende da fé que se tem no Mestre.
Respondendo a outra pergunta, a Mestra disse que tudo está dividido em diferentes dimensões com respeito ao tempo e espaço, o que leva a uma ilusão física. É isso que nos mantém separados de Deus. As coisas não podem nos acontecer ao mesmo tempo. Nas dimensões mais elevadas, as coisas acontecem simultaneamente, sem uma interferir na outra. Por exemplo, se pessoas de dois lugares diferentes sentem a falta uma da outra, nas dimensões celestiais elas podem escolher estar aqui e lá ao mesmo tempo. Um verdadeiro Mestre é um Mestre de ambos os mundos.

O planeta está melhorando

No último dia do retiro, no final da segunda sessão de meditação, a Mestra usou um elegante vestido azul claro com uma echarpe de seda sobre o ombro direito. Em Seu cabelo ondulado com realces dourados usava uma fita com lantejoulas prateadas e gotas coloridas marcavam suas tranças no estilo africano. Ao caminhar lentamente pela ala de meditação masculina, muitos assobiaram admirando a Sua beleza.
A Mestra, então, subiu ao palco e fez uma palestra de encerramento. Ela elogiou nosso grupo como sendo o mais bonito e feliz que já havia encontrado, e que gostaria de agradecer a Deus novamente por Lhe confiar esse honroso trabalho e por permitir que conhecesse pessoas tão diferentes. Observou que nós desfrutamos deste momento porque estamos olhando na mesma direção. Podemos fazer muitas coisas e podemos fazer tudo de maneira tranqüila porque estamos diretamente conectados a Deus. Ela estava especialmente feliz por estar conosco naquele dia e disse que nós podemos fazer da Terra um paraíso, pelo menos periodicamente, em nossos retiros. Ela comentou que os retiros estão melhorando, não só nós, mas também a população e o planeta.
Em seguida, a Mestra discutiu possíveis locais para realizar o retiro do fim do milênio. Então, quando a música "Sempre te amarei" ressoou no ar, a Mestra e os discípulos, embora relutantes em se separar, disseram adeus. Depois dessa sessão, alguns companheiros iniciados partiram de volta a seus países, enquanto outros permaneceram em Cape Town por mais alguns dias para participar do "Congresso Mundial das Religiões", onde a Mestra falaria.